sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Dá vontade de sair dançando com esta música...


O que a razão não alcança.


Me cativas.


"E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não vi
nada.
Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa, disse a raposa
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
- Ah! desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- Que quer dizer "cativar"?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro os homens, disse o principezinho - Que quer dizer "cativar"?
- Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas
também. É a única coisa interessante que eles fazem - Tu procuras galinhas?
- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços.
- Criar laços?
Exatamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto
inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não
tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil
outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para
mim o único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
Começo a compreender, disse o principezinho.
Existe uma flor. . . eu creio que ela me cativou ...
É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra ...
- Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:
- Num outro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse planeta?
- Não.
- Que bom ! E galinhas?
- Também não.
- Nada é perfeito, suspirou a raposa.
Mas a raposa voltou à sua idéia.
- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as
galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço
um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um
barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar
debaixo da terra.
O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá
longe, os campos de trigo?
Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram
coisa alguma. E isso é triste Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso
quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o
barulho do vento no trigo ...
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
- Por favor... cativa-me disse ela.
- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho
amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não
têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como
não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos, Se tu queres um amigo,
cativa-me!
Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe
de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A
linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto ...
No dia seguinte o principezinho voltou.
- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo,
às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for
chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada:
descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a
hora de preparar o coração ... É preciso ritos.
- Que é um rito? perguntou o principezinho.
- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa, É o que faz com que um
dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por
exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quintafeira
então é o dia maravilhoso!
Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam
todos iguais, e eu não teria férias !
Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a
raposa disse:
- Ah ! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não te queria fazer mal; mas tu quiseste
que eu te cativasse ...
- Quis, disse a raposa.
- Mas tu vais chorar ! disse o principezinho.
- Vou, disse a raposa.
- Então, não sais lucrando nada !
- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.
Depois ela acrescentou:
- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás
para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.
Foi o principezinho rever as rosas:
- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda.
Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era
uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo.
Ela é agora única no mundo.
E as rosas estavam desapontadas.
- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa,
sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é,
porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a
redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto
duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou
mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.
E voltou, então, à raposa:
- Adeus, disse ele...
- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o
coração. O essencial é invisível para os olhos.
- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se
lembrar.
- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves
esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável
pela rosa...
- Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar".

Resume bem...


“Era verdade que levara até as últimas conseqüências muitas coisas em sua vida, mas só o que não era importante – como prolongar brigas que um pedido de desculpa resolveria, ou deixar de ligar para um homem pelo qual estava apaixonada, por achar que aquela relação não ia levar a nada. Fora intransigente justamente naquilo que era mais fácil: mostrar para si mesma sua força e indiferença, quando na verdade era uma mulher frágil, que jamais conseguira destacar-se nos estudos, nas competições esportivas de sua escola, na tentativa de manter a harmonia em seu lar.
Superara os seus defeitos simples, só para ser derrotada nas coisas importantes e fundamentais. Conseguia passar a aparência da mulher independente, quando necessitava desesperadamente de uma companhia. Chegava nos lugares e todos a olhavam, mas geralmente terminava a noite sozinha, no convento, olhando a televisão que nem sequer sintonizava os canais direito. Dera a todos os seus amigos a impressão de ser um modelo que eles deviam invejar – e gastara o melhor de suas energias tentando se comportar à altura da imagem que criara para si mesma.
Por causa disso, nunca lhe sobraram forças para ser ela mesma – uma pessoa que, como todas as outras do mundo, necessitava de outros para ser feliz. Mas os outros eram tão difíceis! Tinham reações imprevisíveis, viviam cercados de defesas, comportavam-se também como ela, mostrando indiferença a tudo.

(...)

 Um dia eu me canso de ouvi-la sempre repetindo a mesma conversa, e para agrada-la me caso com um homem a quem me obrigo a amar. Eu e ele terminaremos encontrando uma maneira de sonhar juntos com o nosso futuro, a casa de campo, os filhos, o futuro dos nosso filhos. Faremos muito amor no primeiro ano, menos no segundo, e a partir do terceiro ano a gente talvez pense em sexo uma vez a cada quinze dias, e transforme este pensamento em ação apenas uma vez por mês. Pior que isso, a gente quase não conversará. Eu me forçarei a aceitar a situação, e me perguntarei o que há de errado comigo – já que não consigo mais interessa-lo, ele não presta atenção a mim, e vive falando dos seus amigos como se fossem realmente o seu mundo.

Quando o casamento estiver realmente por um fio, eu ficarei grávida. Teremos o filho, passaremos algum tempo mais próximos um do outro, e logo a situação voltará a ser como antes.

Então começarei a engordar como a tia da enfermeira de ontem – ou de dias atrás, não sei bem. E começarei a fazer regime, sistematicamente derrotada a cada dia, a cada semana, pelo peso que insiste em aumentar apesar de todo o controle. A esta altura, eu tomarei estas drogas mágicas para não entrar em depressão – a terei alguns filhos, em noites de amor que passam depressa demais.

Direi a todos que os filhos são a razão de minha vida, mas na verdade eles exigem minha vida como razão.

As pessoas vão sempre nos considerar um casal feliz, e ninguém saberá o que existe de solidão, de amargura, de renúncia, atrás de toda aparência de felicidade.

muito por causa da separação

Até que um dia, quando meu marido arranjar sua primeira amante, eu talvez faça um escândalo como a amiga da enfermeira, ou pense de novo em me suicidar. Mas aí estarei velha e covarde, com dois ou três filhos que precisam de minha ajuda, e preciso educalos, coloca-los no mundo - antes de ser capaz de abandonar tudo. Eu não me suicidarei: farei um escândalo, ameaçarei sair com as crianças. Ele, como todo homem, recuará, dirá que me ama e que aquilo não vai mais se repetir. Nunca lhe passará pela cabeça que, se eu resolvesse mesmo ir embora, a única escolha seria voltar para casa dos meus pais, e ficar ali o resto da minha vida, tendo que escutar todo dia a minha mãe lamentar-se porque eu perdi uma oportunidade única de ser feliz, que ele era um ótimo marido apesar de seus pequenos defeitos, que meus filhos irão sofrer

Dois ou três anos depois, outra mulher aparecerá em sua vida. Eu vou descobrir – porque vi, ou porque alguém me contou – mas desta vez finjo que não sei. Gastei toda a minha energia lutando contra a amante anterior, não sobrou nada, é melhor aceitar a vida como ela é na realidade, e não como eu imaginava que fosse. Minha mãe tinha razão.

 

Ele continuará sendo gentil comigo, eu continuarei o meu trabalho na biblioteca, os meus sanduíches na praça do teatro, os meus livros que nunca consigo terminar de ler, os programas de televisão que continuarão sendo os mesmos daqui a dez, vinte, cinquenta anos. Só que comerei os sanduíches com culpa, porque estou engordando; e não irei mais a bares, porque tenho um marido que me espera em casa para cuidar dos filhos.

A partir daí, é esperar os meninos crescerem, e ficar todo dia pensando no suicídio, sem coragem de comete-lo. Um belo dia, chego a conclusão que a vida é assim, não adianta, nada mudará. E me conformo.”


 
Para quem chegou ate o fim dessa postagem tenho algumas observações para fazer. A primeira delas é que o trecho foi tirado de um livro de Paulo Coelho, sim! PAULO COELHO, nosso mago brasileiro, sucesso no exterior e blablabla... o fato é que cheguei até o livro por causa do filme(como sempre o livro é bem melhor que o filme), gostei da obra, embora não gosti do autor. No livro há ainda passagens hilarias do onde Paulo Coelho fala dele mesmo.
O ultimo adendo é em relaçao a como o texto sucinta o que eu penso ou como me sinto. Espero ter um fim semelhante a Veronika(risos).

Mais um ato.


Despertou tentando lembrar do sonho que acabara de ter, não que estivesse triste, só não compreendia o que estava sentindo. Olhou o quarto, uma completa desordem, ela até o preferia assim, condizia mais com seu estado mental bem como toda sua vida. Constatou mais uma vez que é ao acordar que seu pesadelo começa. Logo veio a dor de cabeça, o vazio e a consciência, enfim, estava realmente acordada.
Do vizinho, Simone cantava “então é natal”. Ficou mais deprimida ainda ao se dar conta que era dia 25 de dezembro. Lembrou-se de todos os compromissos familiares que seria submetida, almoço na casa da vó e churrasco no sítio do tio... Ela odiava tudo aquilo.  Pegou o celular para olhar as horas, estava cada vez mais difícil levantar-se, em geral ficava fitando a parede por um bom tempo e pensando na vida, ou na ausência desta, no entanto era preciso ajudar nas tarefas domésticas e o faria de forma automática. Era oito e meia, havia uma nova mensagem de texto no celular que a fez recordar de certa conversa na noite anterior.
“- O que você quer comigo?
- Namorar que não é. Sentir que ainda tem alguém para fazer companhia.
- Obrigada pela parte que me toca.
- Você também não quer namorar comigo não, tá se iludindo. Você ta me usando e eu usando você. Sejamos francos.
- Tô te usando pra que?
- Pra satisfazer teu vazio e você o meu.
- Você não merece que eu goste de você. Porque não da para aceitar simplesmente que eu gosto de você e ponto?
- Eu sei que sou insuportável nem eu mesmo me suporto, detesto essa vida.
- Porque não aceita que eu goste de você, poderia esta conversando com qualquer outra pessoa, mas estou aqui satisfazendo teus caprichos.
- Não é escolha sua, é que só tem eu de doido que conversa com você.
- Eu sei me fingir de normal.
- Mesmo que eu te ofenda ou faça qualquer coisa, você não vai largar do meu pé, porque você gosta de louco mesmo. Você precisa de mim pra te preencher mesmo que eu não dê à mínima.
-É a última vez que você me faz chorar.
- Você precisa do que tenho a oferecer.
- Desprezo?
- Deve ser isso, você quer ser desprezada se alimenta disso se eu fosse uma menina normal e bonita como você estaria em outro lugar agora e não conversando comigo, você vai me ver mais mal do que bem.
- Você tem consciência de que cada palavra que me diz esta me ferindo por dentro?
- Não, não tenho, to fora de mim, não to ligando a mínima.
- Ta vendo to chorando é isso o que você faz as pessoas.”
- Não tô nem ai, sou um monstro, mereço o sofrimento que to passando.
Remoendo as palavras em meio a soluços, pensou no que seria... Um ser-objeto, um ser descartável, reutilizável e substituível, sem identidade, nome ou sentimentos a serem respeitados, simplesmente, evocado quando necessário e dispensado tão prontamente fosse atendido à vontade daquele que o usava.
Ser-objeto, atendia telefonemas no meio da noite, nas madrugadas de bebedeira, para reclamar do trabalho, amigo ou família. Ser-objeto, não merece respeito, consideração e muito menos atenção. Ser-objeto é resignado, obediente e dedicado.
Sua mãe bate a porta, sinal que era hora de encarnara a vida lá fora.  
Olá, para quem quer que seja, tenho algumas considerações para fazer. Deixei de postar aqui simplesmente porque esqueci a senha, graças a um amigo muito sabio conseguir lembrar que não era a senha que estava errada era o email!(risos), então isto só mostra o quão atrapalhada sou!Além disto fui traida pela minha vaidade, explico, incialmente o blog era para ser de desabafo ,para exorcizar meus demonios, colocar para fora o que me angustia aqui dentro. Contudo, ao passar o endereço do blog para os amigos percebi a relação perigosa que se criava...pois ali estaria desnuda,sem mascaras, indefesa,fragil...e até que ponto o que fosse escrever dali para frente estaria livre de censura?Pois bem, passado um bom tempo acredito que ningém mais leia estes meu cantinho de confissões...este meu DELÍRIOS DEPRESSIVO!Então, seja bem-vindo novamente!